Introdução

Todo jogador pode ter um desempenho instável, devido a diversos fatores que influem direta ou indiretamente em sua jogabilidade. Não importa o nível - se é jogador casual ou profissional - todos terão seus momentos de brilhar, como também aqueles aos quais se envergonharia.

Vemos constantemente, em diversos torneios competitivos, jogadores profissionais que disparam vitórias e num jogo decisivo acabam perdendo inexplicavelmente. Isso ocorre em qualquer campeonato e em qualquer jogo, até mesmo naquela sua fila ranqueada ou partida normal.

Individualmente, quando não jogamos tão bem, sabemos quando não é nossa máxima e ficamos impedido psicologicamente de jogar melhor.

Os fatores são vários; desde pressão, ansiedade (e todos os derivados psicológicos), problemas emocionais, problemas físicos, etc.

No meio disso tudo, costumo dizer que existem dois pilares que podem definir a máxima de um jogador: habilidade teórica e habilidade prática.

Antes de nos aprofundar no assunto, antes vamos dar uma espiada sobre o que cada uma significa.

Teoria e prática

Para um jogador, seu desempenho é resultado de duas habilidades distintas, mas que funcionam muito bem em conjunto: a habilidade teórica e a habilidade prática.

A habilidade teórica se resume no hábito de aprender o jogo sem - necessariamente - jogá-lo. Entender os números, o que é possível ou não dentro de cada situação e como evitar ou aproveitar diferentes jogadas. Saber o que deve ser feito e usar o máximo possível de recursos para se dar bem.

A habilidade prática é basicamente o contrário: jogar, e fazer isso muito bem. Você pode não vir preparado, mas saberá agir imediatamente às ações dentro do jogo na medida que elas ocorrem. Poderá não prever, mas saberá lidar com as situações conforme elas acontecem. E sabe executar qualquer tipo de ação quando necessário, desde que haja um planejamento teórico antes.

Muita gente sabe como funciona a maioria das mecânicas dos campeões, mas não sabem executá-las muito bem dentro do jogo. Entender e ter dedos o suficiente para usar são coisas diferentes. Isso significa, claramente, que podemos ter uma boa mecânica teórica com algum campeão, mas quase nada de prática.

De um ponto de vista técnico, toda habilidade teórica constitui em deixar claro todas as possibilidades, enquanto a habilidade prática é a forma de executar cada uma delas.

Poderia afirmar que toda a sua prática é resultado da sua teoria sobre as coisas, mas isso seria irônico. De nada adianta você saber o que deve ser feito, sem saber como fazê-lo.

Apesar de tudo, posso afirmar com toda a certeza que:


Dito isso, todo jogador precisa ter noção de como algo é feito para, de fato, fazer. E fazer melhora sua teoria sobre qualquer coisa.

Quando um campeão novo é lançado, você lê a descrição das suas habilidades para saber o que elas fazem. Digamos que, com isso, você já tira uma teoria do funcionamento. Caso contrário, você não teria noção alguma de como manusear o conjunto de habilidades.

À seguir, você usa a prática para trabalhar a teoria e, com a experiência adquirida, melhorar ainda mais sua mecânica.

Durante um treino, por exemplo, o treinador trabalhará em estratégias para que uma equipe qualquer execute-as de acordo com determinada situação. Ele é a imagem perfeita para a habilidade teórica.

Os jogadores da equipe, por sua vez, tentarão reproduzir tais estratégias dentro do jogo, o que entendemos como a habilidade prática.

É por isso que toda equipe profissional requer um treinador. Os jogadores poderão focar praticamente todos os esforços na prática, deixando para que seu treinador desenvolva a teoria.

A influência das habilidades no desempenho

Independente de um jogador ou time contar ou não com algum treinador, todos nós temos ambas as habilidades na base de nosso psicológico. Ou seja, todos desenvolvemos nossas habilidades teóricas e práticas.

O quanto o jogador pode desempenhar numa partida varia de acordo com a disposição delas antes, durante e pós partida. Como você vai se preparar para as dificuldades, como agir no momento e o que fazer depois do resultado. Isso tudo é influenciado pela teoria e prática.

Agora a pergunta que não quer calar: o que isso tudo tem a ver com alguém jogar mal?

Vejamos... Você tem duas habilidades distintas que se completam quando executadas num mesmo instante.

A habilidade teórica serve como um "guardião interno" que te previne de fazer péssimas jogadas durante o jogo, enquanto a habilidade prática fica encarregada de efetuar as jogadas quando necessário.

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Muita gente pode estar num dia ruim e acabar perdendo a concentração quando vai jogar. Às vezes, as coisas da vida abala nossa cabeça e achamos que jogar uma partida vai nos ajudar. Não recomendo, pois o psicológico abalado só vai diminuir seu desempenho e a frustração da incapacidade irá estressá-lo cada vez mais.

Num jogo qualquer, você é responsável por 20% do resultado da partida, como já citei em outro artigo. Essa porcentagem pode mudar, de acordo com suas respostas às ações do jogo.

Quando você está inspirado, sua habilidade teórica fica afiada e fluirá muito bem, aumentando seu reflexo. Isso fará com que sua mente fique livre para agir, o que dará mais espaço para você trabalhar a prática. Por estar com a inspiração à todo vapor, você terá um leque de possibilidades extenso e a prática apenas vai executar cada ação que seu psicológico desejar.

Normalmente, nestes casos, você jogará melhor. Façam o teste: assistam alguma vídeo-aula que ensine uma estratégia legal sobre algum campeão. Muito provavelmente você vai querer reproduzir o que aprendeu. Isso significa que sua mente ficou inspirada o bastante, aumentando seu nível teórico e terá mais chances de se esforçar para fazer a estratégia funcionar na prática.

Quando você está mal, possivelmente seu psicológico abalado vai deixar sua mente cheia e pesada, o que vai dificultar o desenvolvimento das mecânicas. Você terá um leque menor de possibilidades e jogará como um "selvagem", seguindo apenas o instinto vago. Sua vontade de jogar também diminui, principalmente quando se está perdendo, o que vai impedir da sua mente trabalhar em possibilidades de virar o jogo (mesmo quando os números indiquem infinitas chances de vitória).

Artigo recomendado: O quanto o psicológico pode afetar uma partida

Nem sempre conseguimos reproduzir o que a teoria diz, mesmo tendo bastante mecânica (ou prática). E tudo se resume ao nosso nível de teoria e o estado do nosso psicológico (também pode ser visto como visão de jogo).

Posso afirmar, com outras palavras, que todo o psicológico é responsável pela teoria, enquanto todo o físico é responsável pela prática. Se você estiver com psicológico abalado, isso vai afetar seu nível teórico, enquanto o físico prejudicado vai diminuir seus dedos, digo... dificultar a execução das estratégias na prática.

Além disso, o psicológico chega a ter uma responsabilidade acima do físico: ele é o responsável pela troca de informações entre a teoria e prática, e sem ele você simplesmente não joga.

Soluções para o problema

Não existe forma imediata para "curar" esse efeito, pois é causado pelo nosso psicológico. Apesar de tudo, há maneiras de diminuir os pensamentos negativos e aguardar que algo te traga novamente para o positivo.

Respire fundo e tente manter-se calmo, evitando se preocupar com qualquer coisa e mantendo o pensamento positivo para que as coisas voltem a fluir positivamente. Ouça uma música ou quebre o gelo da situação. Cada um tem sua maneira de "voltar a funcionar".

De forma resumida, podemos dizer que o psicológico deve manter-se estável para que a teoria consiga fazer a prática trabalhar.

Considerações Finais

Quando nosso psicológico está afetado, nossa habilidade teória também é prejudicada e, consequentemente, nossa habilidade prática. É por isso que jogamos mal muitas vezes.

Por melhor que seja nossa prática, não jogaremos tão bem caso nossa habilidade teórica esteja afetada de alguma forma. Isso é consequência do psicológico, quando nos sentimos frustrados ou incapacitados de deixar a mente aberta para ideias fluírem.

O quanto isso afeta nossa jogabilidade, vai depender do nível negativo em que estamos psicologicamente.

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